O brigadeiro se tornou uma das sobremesas favoritas do brasileiro por ser rápido, prático e tão gostoso quanto o próprio chocolate.

Podemos dizer que as sobremesas em geral são relativamente novas, já que se tornou recorrente graças à produção brasileira de açúcar. Até o século XVII não havia diferenciação de pratos salgados e pratos doces, já que o açúcar era um ingrediente incomum e muito caro. Os doces brasileiros são conhecidos por serem extremamente doces e isso se dá pela raridade do ingrediente, que era utilizado em excesso para atestar a nobreza das famílias daquela época.

O leite condensado, o ingrediente base do brigadeiro, surgiu na segunda metade do século XIX, mas chegou ao Brasil apenas no começo do século XX, se tornando mais tarde o maior consumidor de leite condensado do mundo. Ele é responsável por modificar práticas culinárias da época, se estabelecendo como um dos principais ingredientes das receitas doces e confeitarias brasileiras. 

E o que é o leite condensado? Como o nome diz, sua matéria prima é o leite, em uma versão mais concentrada, que passa por um processo de retirada de uma parcela da água que faz parte de sua composição. Além disso, o açúcar é adicionado, criando o produto que conhecemos e tanto amamos.

Outro ingrediente indispensável para o brigadeiro é o chocolate. E qual é a diferença entre o cacau em pó, chocolate em pó e achocolatado, que são comumente usados na receita? 

O cacau em pó é o ingrediente mais natural, extraído diretamente do fruto, que é nativo da Amazônia, e não leva açúcares em sua composição. É utilizado para realçar mais o sabor, fazendo o papel do chocolate amargo. Já o chocolate em pó tem em seus ingredientes a adição de açúcar, em concentrações que variam entre 25% até 50%. O chocolate com maior concentração de açúcares é usado para brigadeiros de chocolate ao leite e com menor concentração, para o meio amargo.

Com aquele gostinho de nostalgia, o achocolatado também é muito usado em receitas de brigadeiro caseiro, porém não é recomendado, já que tem uma concentração de açúcares muito grande que pode desandar qualquer receita, além de conter outros ingredientes, como aromatizantes artificiais.

Juntando o docinho do leite condensado e o sabor inconfundível do chocolate, na década de 1940 nasceu o brigadeiro. E o que não poderíamos imaginar é que a sobremesa tem uma história política. Isso mesmo, política. 

Acredita-se que o doce se popularizou como uma forma de campanha para o candidato à presidência Brigadeiro Eduardo Gomes, que recebeu esse nome em sua homenagem, após ser chamado de “doce do Brigadeiro”. Mulheres daquela época vendiam o doce nos comícios para defender o candidato, na primeira eleição em que todas as mulheres do país poderiam votar.

Desde então, houve algumas mudanças na receita e na forma como são consumidos, mas o brigadeiro se popularizou cada vez mais, ganhando o coração dos brasileiros e passando a fazer parte de tradições como a mesinha do brigadeiro em aniversários. 

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